Formação sobre Policiamento Democrático em Moçambique - Maputo

A Reformar- Research for Mozambique e a Africa Criminal Justice Reform (ACJR), com a colaboração do Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ) organizam, entre os dias 24 e 25 de Maio de 2021, na Sala de Conferências do CFJJ, na Província de Maputo, uma Formação sobre o Policiamento Democrático.
  • Formação sobre Policiamento Democrático em Moçambique - Maputo
  • 2021-05-24T09:00:00+02:00
  • 2021-05-25T12:00:00+02:00
  • A Reformar- Research for Mozambique e a Africa Criminal Justice Reform (ACJR), com a colaboração do Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ) organizam, entre os dias 24 e 25 de Maio de 2021, na Sala de Conferências do CFJJ, na Província de Maputo, uma Formação sobre o Policiamento Democrático.
  • When May 24, 2021 09:00 AM to May 25, 2021 12:00 PM (Africa/Johannesburg / UTC200)
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Nos últimos anos, pesquisas conduzidas pela REFORMAR e ACJR mostraram os constantes desafios que a Polícia e seus membros enfrentam para cumprir a sua missão de forma eficaz e eficiente. Em 2020, as discussões durante as capacitações e seminários com membros da Polícia em Maputo, Sofala e Nampula apontaram, entre outros aspectos, que

  1. O acesso à justiça nas fases de detenção e custódia policial é limitado.
  2. Advogados e paralegais não têm acesso aos seus clientes e, se tiverem, também não recebem acesso ou tratamento adequado nas esquadras de polícia;
  3. A Polícia carece de meios e recursos materiais para cumprir a sua missão. A escassez de recursos deve ser vista em conjunto com os critérios considerados para a alocação de recursos por áreas geográficas;
  4. Existem situações relacionadas com detenções fora flagrante delito em que a polícia viola as regras. Entretanto, a ausência de um mandado, especialmente em áreas onde não há juízes, é inevitável, mas contrária à lei e que
  5. Os modelos de treinamento policial precisam ser ajustados e os processos de recrutamento e selecção mudados, para levar em consideração as mudanças legais e sociais.

O perfil das pessoas, suas motivações devem ser levados em consideração. A formação deve seguir modelos que privilegiem as competências e a resolução de problemas em contextos reais de trabalho, ao invés de reproduzir apenas modelos teóricos e fixos de formação.  Para melhor analisar estes desafios e os demais, a ACJR criou um quadro teórico chamado de Policiamento Democrático. 

O Policiamento Democrático significa pelo menos:

  1. a obediência da Polícia ao Estado de Direito,
  2. responsabilização da Polícia, e
  3. justiça processual por parte da Polícia ao serviço do público.  

O quadro do policiamento democrático apresenta-se tendo como base dois tipos de variáveis: de entrada (Conhecimento, Eficácia e eficiência, Ética e responsabilidade, Direitos humanos, Agentes da Polícia como cidadãos) e as variáveis de saída (Objectividade, Responsividade e Empatia). Através destes factores, o produto ao qual se pretende chegar, é a Confiança para com a Polícia, que daria um resultado final, representado pela Legitimidade da mesma. 

O policiamento deve basear-se, inclusive, na adesão e na protecção dos Direitos Humanos, e nos valores de transparência, igualdade e justiça. Os direitos de todas as pessoas, incluindo os suspeitos, estão consagrados na Constituição. A este respeito, em Dezembro de 2020, o novo Código de Execução das Penas (CEP) entrou em vigor, substituindo o Decreto n.o 26643 de 1936. O CEP regula as condições de detenção em estabelecimentos penitenciários, mas é aplicável também à execução da detenção em custodia policial, conforme estabelece o n.o 2 do art. 1 do CEP. O artigo 5 do CEP determina que a ‘execução das penas e medidas de segurança e dos que se encontram em regime de detenção, realiza-se em absoluto respeito pela dignidade da pessoa humana, assente nos princípios fundamentais consagrados da Constituição da República de Moçambique, nos Instrumentos de Direito Internacional e nas demais leis’.  

Considerando estes pressupostos, a formação tem como objectivo geral de contribuir para o fortalecimento das práticas de policiamento democrático em Moçambique. Objectivo específico é reduzir o risco de prisão e detenção ilegal  A formação abrangerá o seguinte:

  • Introdução e discussão a estrutura do policiamento democrático assim, todos os participantes treinados são apresentados aos conceitos de Policiamento Democrático.
  • Apresentação do quadro legal, nacional assim como internacional sobre a Polícia e policiamento. 
  • Apresentação sobre o Código de Execução das Penas.
  • Discussão de grupos e desenvolvimento do caminho a seguir para a concretização do policiamento democrático em Moçambique.

O workshop terá como grupo alvo 30 participantes entre formadores da Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), da Escola Básica de Matalane e comandantes das esquadras de Polícia. O evento será presencial.

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